sábado, 10 de março de 2012

domingo, 25 de dezembro de 2011

Considerações acerca da comemoração do Natal.


 Esta reflexão diz respeito à certa tentativa de abarcar algum centro de sentido, se é que isto nos seja possível, quanto a comemoração desta data , ou seja, o natal. Antes de qualquer coisa é preciso que tenhamos alguma definição aproximada de nosso objeto de reflexão. O que é o natal ou qual a representação coletiva que mais nos torna-se visível e possível de observação? O que temos por ora é uma data religiosa e cristã onde se comemora o dia em que nasceu Jesus Cristo, o salvador do mundo segundo a crença em questão.
Vejamos no que infere tal premissa acerca desta crença e onde ela inevitavelmente nos leva. Primeiramente que este mundo caminhava a deriva rumo à desordem ou a sua própria destruição e assim, portanto carente de um desvio ou ainda, de salvação. Cabe-nos identificar de onde parte tal assertiva quanto ao mundo e sua “carência”.
O cristianismo é o ponto de onde parte o que nos chega até hoje com tal imposição de comemoração. Ora o que significa comemorar? Pode-se dizer que seria uma co-participação nesta memória, ou seja, participar desta lembrança ou em sua própria efetivação. O que isto nos implica? Talvez uma visão tácita de mundo, indiscutível, pois, afinal acedemos participar de modo ativo em tal memória e, portanto aceitamos que o mundo foi salvo naquele momento de algum perigo que o rondava. Porém, que perigo era este? Não cabe entrarmos em uma questão religiosa, mas questionarmos a este que co-participa desta memória, se é possível distinguir em meio a tantos compromissos de presentes além dos “necessários” excessos da mesa farta ou ainda, mesmo que apenas dos desejos e ilusão destas, a existência de algum sentido associativo de afirmação deste ato de comemorar.
Em meio, há “estes dias” que antecedem a data em questão, o que se pode perceber é uma pressa incontida que se derrama pelos gestos e pelas falas. A corrida pela busca das mercadorias pelas quais serão expressas considerações pela data e ainda ofertadas como símbolos de relações humanas. A mídia é implacável nesta tarefa, tal como aquele que em uma competição qualquer de uma corrida, é o autor do disparo da partida. Disparo este que se confunde em meio a tantos foguetórios e brados de satisfações líquidas e embriagadoras de mostras de satisfação e alegria expressa. A emoção é o próprio veículo ou arma que conduz a desconstrução deste reflexo que se perde de sua imagem, pois, o importante é a felicidade deste dia ou neste dia. Tudo sob uma direção imposta pelo aquecimento do mercado das vendas – o presente no presente.
O presente em suas duas possibilidades, ou seja, como um verbo e, portanto como ato no tempo que afirma nega ou é indiferente e por outro lado, como substantivo concreto ou abstrato que se efetiva e torna-se a brecha da própria desconstrução do sentido do que se comemora ou do que se co-participa em uma dada memória. Quanto a primeira possibilidade ou ainda ao presente como um verbo, é a associação ao que os cristãos tem como representação de seu criador e que o traz como cerne da comemoração. Aceitar participar de uma memória implica em uma tácita aceitação de algo pelo qual sugere uma divisão, ou seja, período em que não participava e período que passou a participar. Portanto o que temos são dois períodos que se inter-relacionam entre si, ou seja, o período objeto da comemoração – a data religiosa – e o período em que se expressa a partir da sua aceitação de participação ou ainda conversão e conseqüentemente a abstração do período que antecedia a aceitação.
Quanto à segunda possibilidade, presente como substantivo concreto ou abstrato tem-se ainda a seguinte reflexão, pois, substantivo como o que substantiva um fundamento em sua possibilidade concreta ou abstrata. Aquele algo pelo qual se transformará pelo qualificativo de mercadoria não simplesmente por um processo de associação aleatória, porém, por um processo de alienação. Um estranhamento e um não reconhecimento que passam despercebidos e provocam o rompimento com o fundamento pelo qual se inicia um processo associativo. Não cabe aqui detalharmos o processo de fetiche da mercadoria apontada por Karl Marx em seu primeiro capítulo  de sua obra O Capital.
Resta-nos enfatizar que o episódio da comemoração cristã, tendo em vista o movimento das vendas e o apelo publicitário da mídia, alicerça-se não pelo presente como verbo ou como tempo data, porém no aspecto que decorre desta conseqüência da data em questão, ou seja, a oferta do presente.  Eis aqui outro aspecto do que se pode apontar como alienação. O fundamento descaracteriza-se como tal em relação a sua conseqüência que por sua vez, passa a ser o fundamento. O natal é o período de compras e o mercado é aquecido pela busca dos presentes.
Portanto, o sentido da comemoração ou o seu fundamento a partir deste que comemora expressando-se por sua busca desenfreada de presentes e preocupação intermitente com os requintes de uma ceia, torna-se complexo e indiscernível sob uma perspectiva coerente. De que memória afinal se participa? Em que aspectos o presente torna-se presente – verbo/substantivo - considerando sua relação a partir do que supostamente se comemora? O que afirmamos, negamos quer seja nas explosões dos fogos em todos seus aspectos pictóricos, nos presentes que ofertamos ou aceitamos em um estar presente ou ainda nas tradicionais ceias das farturas presentes ou ausentes – apenas desejadas.
Talvez  o que nos resta seja a conclusão de uma indiferença negada.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Questões de escolarização


Quando se deixa de ser criança para tornar-se aquilo ou aquele que denominamos por aluno?

              Estamos diante de três possibilidades, ou seja, criança, aluno e a transição de um para o outro. A princípio creio que, ater-me a transição de um estado para o outro pode possibilitar uma melhor apreensão do protagonista desta tríplice problemática, ou seja, o sujeito que passa de uma condição a outra e permanece em sua possibilidade ambígua de variabilidade e coesão estável. Pode-se dizer que este sujeito enquanto identidade é a própria condição de encontro, uma encruzilhada onde o que se constitui como "eu" é um espaço, que dado o movimento, possibilita-o enquanto encontro de outros movimentos distintos. As percepções elaboradas destas apreensões, talvez seja o que se estrutura como identidade, afinal cada qual apreende sua circunstância, de acordo com o que consegue apreender.
              Partindo desta concepção, ser ou estar criança é a condição de uma articulação não padronizada de apreensão formalizada, afinal, socializar-se, em um de seus possíveis aspectos, pode-se dizer que é a distinção por entre os encontros do movimento vário em que estar-se presente ou não, é o critério de avaliação quanto a estrutura de apreensão que vai se estabelecendo. Não obstante, a criança está em sua condição de uma não articulação padronizada quanto a sua circunstância.
             Quanto a mim, em minha condição de jogado ao movimento vário (ser criança), não saberia dizer ao certo, se aquela condição me era estranha, quanto o desconforto ocasionado pelas expectativas ao meu redor, e ainda que estranha, posso dizer que o estranho é o próprio estranho, pois, agradável e desagradável se encontravam em mim e produziam apreensões que me fogem e se negam a serem estabelecidas, ou seja, nuances que retornam algumas vezes como uma nostalgia de não sei o que, em outras como uma melancolia, enfim, algo que me foge a compreensão. Talvez as transições entre a criança e o aluno estejam nesta zona de imagens, sons, vozes que se desprendem de suas situações ocasionais e ficam soltas desafiando a razão estabelecida naquilo que a estrutura enquanto tal, ou seja, quanto a sua ordem e origem estabelecida como um ponto em um eixo de coordenadas.
               Portanto, um aspecto desta transição, é a estrutura da razão como coeficiente de uma operação apanhada de forma consensual e coletiva (deste movimento) e tornada forma a partir de sua condição de não forma e, assim, sujeita a variações controladas. Eis aqui nosso aluno em suas etapas de aprendizagem e internalização do controle dos movimentos e em sua distinção quanto aos apreensíveis e não apreensíveis.
             
Processo de Escolarização.

                Pode-se dizer que o processo de escolarização envolve dimensões de plurivocidade, ou seja, há possibilidades várias de compreensão deste processo quanto a sua condição de necessidade e por outro lado, quanto a sua condição de contingência.
               Quanto a sua condição de necessidade pode-se perguntar primeiramente “o que” ou “a que” se faz necessário o processo de escolarização e ainda o que se pode entender como “o que” se caracteriza como necessário em seu núcleo de constituição?
                O processo de escolarização pode ser entendido como uma etapa integrada à condição de socialização estabelecida como fatores conseqüentes de visibilidade e fala audível. Quem é este sujeito escolarizado ou que se propõe a passar por esta etapa senão o candidato a cidadania reconhecida de participação em seus diversos aspectos de hierarquias estabelecidas, e, sob as quais pairam os critérios de adequação e inadequação.
               A necessidade é produzida e estabelecida de acordo com uma origem datada, ou seja, a partir da formação do processo produtivo de uma sociedade que se organiza enquanto tal.
               Este sujeito que em sua relação circunstancial, seja enquanto predicado, é a característica de uma síntese possível do movimento dinâmico de um processo produtivo em sua transição. O sujeito que produz é o que assim o faz-se produzindo para si o produto que se expande e circula-o submetendo-o a um sistema que o torna simultaneamente produtor e produto. Nesta relação se estabelece espaços de transições que se demarcam e se condicionam em etapas seletivas de includentes e excedentes. Tais etapas são constituídas de gestos, que por si, denotam aspectos de uma microfísica de poder. Poder que se bifurca em possibilidades de inclusão e exclusão. A escola ou processo de escolarização faz parte disto como uma destas etapas de necessidade implícita e constitutiva condicional. O sujeito, por si, não se inclui ou se exclui, porém é incluído ou excluído por contingências alheias e independentes de seu próprio consentimento.
                Portanto os processos de internalização de controle não se configuram como garantia de possibilidades de inclusão, pois, o sujeito deste controle, por sua vez, está sujeito a variabilidade de características contingenciais que lhe fogem ao controle e que se manifestam em procedimentos seletivos e descartáveis. A condição do descartável controla eficientemente a situação de probabilidade seletiva produzindo a sua efetivação quantitativa no que tange aos sujeitos candidatos.
                Enfim, pode-se concluir que o seletivo enquanto includente e excludente se estruturam como o tripé de todo um processo de formação de sociedade pelo qual se inclui a escolarização como uma etapa ou um procedimento gradual de transição.  
 Do que me tornei há algo a recusar?

Acredito que sempre haverá algo por recusar, mesmo porque estou em construção e não estou acabado. Portanto ainda não me tornei, porém, estou o tempo todo me tornando aquilo ou aquele que nunca se completa, mas, que precisa, vez por outra, nutrir-se da ilusão do que se torna. Eis aqui algo que se inclui no exercício da recusa.
            

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aspecto do signo como palavra elaborada na relação Voz (fala) e Sentido.

Aspecto do signo como palavra elaborada na relação Voz (fala) e Sentido.


Aspect of the sign as word drawn up for Voice (speech) and Direction.























Anderson de Araujo

Pós-graduando no Curso Fundamentos da Educação.

Universidade de Taubaté – São Paulo.

Participante do I Colóquio Internacional Desconstrução, Linguagem, Alteridade: heranças de Jacques Derrida.



























Resumo:

Este artigo propõe um diálogo com o filósofo Jacques Derrida em algumas de suas obras, juntamente com alguns comentaristas acerca de uma temática cara ao filósofo, ou seja, uma investigação que nos permita abordar a questão do signo como mediador na relação entre voz e sentido. Advertimos o leitor que não temos pretensão de atingir perspectivas únicas, porém, aspectos possíveis deste tema.



Palavras Chave: signo; palavra; elaboração; fala e sentido.



Summary:

This article proposes a dialogue with the philosopher Jacques Derrida in some of his works, along with some commentators about a theme dear to philosopher, i.e. an investigation that will enable us to address the issue of the sign as a mediator in the relationship between voice and sense. We warn the reader that we claim to achieve unique perspectives, however, possible aspects of this theme.



Keywords: sign; word; preparation; speech and sense.





















 


 


Aspecto do signo como palavra elaborada na relação Voz (fala) e Sentido.


1. O signo e a relação.


Este trabalho tem como proposta o comprometimento com uma investigação de caráter filosófico. Procuramos focar um espaço que permita nos instalar nele e dele partir para nossas possíveis averiguações. Para tal intento, utilizaremos um referencial no intuito de não nos perder frente às várias possibilidades abertas pelas diversas interpretações do tema em questão. O referencial será algumas das obras do filósofo Jacques Derrida em que o raciocínio do mesmo nos servirá como delineamento e base de reflexão sobre o tema que apontamos.

A intenção que nos move é esclarecer quanto à possível relação ou ainda um aspecto de como um signo, como palavra elaborada, se instala e se instaura entre o sentido e a fala e posteriormente entre a fala e a escrita.

A princípio o que temos é um referencial pelo qual aponta Derrida, de um quadro onde a relação entre fala e escrita nos é apresentada sob uma ordem hierárquica de valor. Onde se percebe que a fala está priorizada em detrimento da escrita como já mostra o autor logo no inicio de sua obra Gramatologia, ao interpretar o movimento pelo qual a fala se torna prioritária sobre a escrita:

Com um sucesso desigual e essencialmente precário, esse movimento teria tendido aparentemente, como em direção ao seu telos, a confirmar a escritura (escrita) numa função segunda e instrumental: tradutora de uma fala plena e plenamente presente (presente a si, o seu significado, ao outro, condição mesma do tema da presença em geral), técnica a serviço da linguagem, porta voz (porte-parole), intérprete de uma fala originária que nela mesma se subtrairia à interpretação. (DERRIDA, 2008, p. 9).

A partir desta perspectiva, ou seja, o privilégio da fala sobre a escrita e considerando a linha de raciocínio de Derrida, procuramos em um primeiro momento expor nosso entendimento acerca desta sobreposição.  A seguir faremos uma reflexão acerca desta relação e suas possibilidades.

Não obstante, podemos nos perguntar, como e por onde iniciarmos nosso questionamento, sobre o privilégio da fala sobre a escrita? Entendemos que deveria ser através de uma analogia simbólica, o que nos permitiria uma melhor configuração referencial diante de tal dificuldade.

O quadro que se propõe é que de um lado temos a fala, que por sua vez é o que está mais próxima ao sentido, e por outro a escrita que, como derivada da primeira, caracteriza-se em outro extremo. Porém, o que pretendemos ressaltar neste primeiro momento, é que entre a fala e o sentido temos duas possibilidades, ou seja, o próprio sentido como significado e a imagem fonética (som) como significante. Segundo o filósofo, a fala é portadora de uma característica plena e, portanto, plenamente presente, ou seja, uma fala que está muito próxima a uma presença que transmite seu significado que é articulado em imagem fonética, articulação que veremos como se estrutura ao longo deste trabalho. (DERRIDA, 2008, p. 65)



 1.1.  A dualidade sob um prisma mitológico


Observemos, portanto, a dualidade entre fala e escrita, a partir de uma configuração mitológica, no intuito de expressar melhor o caminho que propomos a seguir:

“... (Jano) o porteiro do céu. Era ele que abria o ano, e o seu primeiro mês até hoje o relembra. Como divindade guardiã das portas, era geralmente apresentado com duas cabeças (ou duas faces), pois todas as portas se voltam para dois lados.” (BULFINCH, 2002, p. 17).

Consideremos por ora este porteiro do céu, como o porteiro que nos abrirá ou tornará possível o caminho para nosso objetivo.  Assim sendo, com efeito, este sentido ou Logos como o próprio sujeito portador de duas faces, sendo uma delas o significado que está mais próximo ou em preferência a este logos ou sentido e a outra face como a imagem fonética ou o que se adapta ao primeiro como significante. (DERRIDA, 2008, p. 77)

Como podemos verificar na passagem que segue:

Em todos os casos, a voz é o que está mais próximo do significado, tanto quando este é determinado rigorosamente como sentido (pensado ou vivido) como o quando o é, com menos precisão, como coisa. Com respeito ao que uniria indissoluvelmente a voz a alma ou ao pensamento do sentido significado, e mesmo a coisa mesma (...) de seu sentido pensado no logos ou entendimento infinito de Deus, (...). A noção de signo implica sempre, nela mesma, a distinção do significado e do significante, nem que fossem no limite, como diz Saussure, como as duas faces de uma única folha. (DERRIDA, 2008, p.14).

A proximidade entre fala e sentido e, ainda este sentido como um centro ou origem de onde parte aquilo que será denominado como logos, será o foco da crítica que soará como uma denúncia de um logocentrismo por parte de Derrida, ou seja: “... proximidade absoluta da voz e do ser, da voz e do sentido do ser, da voz e da idealidade do sentido.” (DERRIDA, 2008, p.14).

Adentrando um pouco mais no que objetivamos, consideremos o mito proposto em uma segunda analogia, pois, ao tratar-se do logocentrismo, inevitavelmente estaremos diante da metafísica, que soa como um aspecto do fundamento daquilo que Derrida aponta como uma presença. (DERRIDA, 2008, p.15). Efetivamente a partir desta perspectiva, observemos à metafísica como Jano e suas duas faces como logocentrismo e fonocentrismo (o privilégio da phoné, fala, sobre a escrita).

Aproximemo-nos mais deste porteiro que se nos apresenta, ou seja, esta metafísica que com seu aspecto de duas faces, nos impõe seu enigma. Segundo Derrida, esta metafísica seria a metafísica de uma presença, ou seja, o domínio de uma consciência que se dá pela palavra. Podemos dizer ainda acerca do logos, como um campo da racionalidade por onde se estrutura certo principio de identidade. Portanto o que temos é uma associação entre logos e fala que, segundo Derrida, seria aquilo que caracteriza o pensamento ocidental.

Acerca destas duas faces, que por ora propomos da metafísica, uma caracterizando o logocentrismo enquanto outra o fonocentrismo, propomos nos ater neste primeiro principio, ao logocentrismo. Posteriormente, ao fonocentrismo, como significante do primeiro.

Assim exposto, prosseguimos naquilo que nos inquieta e talvez seja o que faça com que coloquemo-nos mais inseridos e próximos a investigação filosófica que Derrida nos propõe em suas obras. A proximidade da voz da idealidade do sentido será o nosso objeto de estudo. (Ou seja,) Como se dá esta passagem? Como poderíamos pensar este momento e explicitá-lo de uma forma coerente a um entendimento mais claro?

Segundo o filósofo em questão, precisamos aproximar mais daquilo que poderíamos significar como metafísica. Tal caminho passa pela desconstrução do sistema do pensamento ocidental que tem seu inicio na Grécia antiga, especialmente com Platão e perpassa, em um de seus aspectos de núcleo constituinte, por vários pensadores até Hegel. O que nos resta seria explicitar mais o que apontamos como aspecto de núcleo constituinte, que é talvez aquilo que está no centro revigorante deste sistema. Pretendemos, pois, acompanhar a apresentação de alguns pensadores expostos por Derrida com a finalidade de caminharmos um pouco mais em nosso objetivo. Iniciaremos por Platão e, assim sendo, em sua distinção binária entre inteligível/sensível. Uma condição que caracteriza todo o aspecto do fundamento da crítica direcionada a metafísica, ou seja, como o todo de sua estrutura, ou ainda, um aspecto de sua estrutura como tal.

Aqui está a tese fundamental de Platão e de toda a filosofia de Ocidente: ele pretende, com essa discussão das diferentes teorias vigentes de seu tempo, mostrar que na linguagem não se atinge a verdadeira realidade (alétheia to onton) e que o real só é conhecido verdadeiramente em si (aneu ton nomaton) sem palavras, isto é, sem a mediação lingüística. A linguagem é reduzida a puro instrumento, e o conhecimento do real se faz independente dela. O puro pensar, a contemplação das idéias, é para Platão um diálogo sem palavras, da alma consigo mesma (Sofista 263 d). A linguagem não é, pois, constitutiva da experiência do real, mas é um instrumento posterior, tendo uma função designativa: designar com sons o intelectualmente percebido sem ela. (OLIVEIRA, 2006, p. 22)

O espírito conhece a essência, ou idéia, e a transmite pela fala, a fala se ajusta a idéia e a escrita reproduz a fala. Portanto o inteligível, real, imutável e verdadeiro em um primeiro momento esta mais para a fala enquanto que a escrita esta mais para o sensível, ou seja, o ilusório. Em um segundo momento o inteligível estaria na condição de um logos ou sentido que está próximo a voz ou fala em detrimento de sua configuração ou imagem fonética. Há uma passagem do sentido para a voz que a apreende e que mais adiante iremos explorá-la mais profundamente, fazendo-se valer da obra Voz e Fenômeno de Derrida.

Aristóteles utilizando-se de uma mesma linha de raciocínio platônico quanto a isto que caracterizamos como distinção binária, procura melhor aprofundamento nesta questão, segundo o que aponta o autor que temos como guia:

“... Se Aristóteles, por exemplo, considera que ‘os sons emitidos pela voz são os símbolos dos estados de alma e as palavras escritas os símbolos das palavras emitidas pela voz’ (Da Interpretação 1, 16 a três), é porque a voz, produtora dos primeiros símbolos, tem com a alma uma relação de proximidade essencial e imediata. (...) Entre o ser e a alma, as coisas e as afecções, haveria uma relação de tradução ou de significação natural; entre a alma e o logos, uma relação de simbolização convencional.” (DERRIDA, 2008, p.13)

Esta aproximação propõe a palavra e/ou o sentido em sua condição de fala, pensada no logos. Assim, o que por sua vez, em posição central e de origem associado a um entendimento infinito e, portanto metafísico, é o que por ora justifica a hierarquia que se apresenta como tal.  Porém, o que nos cabe ainda é a seguinte reflexão, ou seja, os sons emitidos pela voz são os símbolos da alma, segundo o que parece propor Aristóteles. A palavra chave de entendimento é, portanto, a afecção que possibilita a imediaticidade ou proximidade essencial entre sentido e fala ou afecção e a alma. Enfim, os estados de alma são afetados e, por esta afecção, fazem a passagem que é interpretada pela voz como significante, sendo moldado em uma característica convencional. Considere-se neste ponto que há uma determinação de uma origem que se passa como real. O que temos é que em Platão, inteligível e corpo, enquanto que, em Aristóteles, os estados de alma e seu correspondente. Na oposição binária de Aristóteles o sensível é arbitrário ou ainda o portador da característica do mutável. Consideremos ainda o que nos restaria como reflexão acerca desta relação sentido, fala e afecção como mediação.

O que está em questão, em primeiro lugar, é a relação entre palavra pronunciada ou escrita e o estado da alma, ao qual a palavra corresponde: a escrita tem uma referência à palavra que, por sua vez, se refere a um estado da alma. Não há relação imediata entre linguagem falada e ser, pois há mediação necessária dos estados psíquicos. (OLIVEIRA, 2006, p.29)

Talvez ainda, seja possível inferir disto, uma condição em que estes estados ou símbolos da alma são emitidos “dentro de um dentro” (diálogo da alma consigo mesma - o corpo), que em seu caráter exclusivo os absorve e torna-se a si mesmo (voz). Eis aqui a lacuna que continua a nos convidar a persistir em nossa investigação.

Propomos em nosso trabalho não adentrar pelo raciocínio teológico, tendo em vista o caráter implícito da característica do infinito como presença fundante da metafísica e, portanto passaremos brevemente por Hegel, procurando enfatizar o que acreditamos ser relevante a nossa investigação e que leva ao questionamento da idealidade pura. Segundo o que Derrida referindo-se a que Hegel afirma quando apresenta o papel do som: 

“... mostra (–se este) muito bem o estranho privilégio do som na idealização, na produção do conceito e na presença a si do sujeito: ´Este movimento ideal, pelo qual se diria que se manifesta a simples subjetividade, ressoando a alma do corpo, a orelha percebe-o da mesma maneira teórica pela qual o olho percebe a cor ou a forma a interioridade do objeto tornando-a assim a do próprio sujeito” (Estética, III, I. p. 16 da trad. Francesa). “... A orelha, ao contrário, sem voltar-se praticamente para os objetos percebe o resultado deste tremor interno do corpo pelo qual se manifesta e se revela não a figura material, mas uma primeira idealidade vinda da alma” (p.296). (DERRIDA, 2008, p.15).

Podemos ainda observar que mesmo em Hegel, continua sendo mantida a hierarquia inteligível/sensível que se iniciou em Platão, embora com estranheza. O movimento tem característica de idealidade vinda da alma, ou seja, uma origem de onde se parte com a insígnia do verdadeiro e inquestionável. O som é captado pela orelha que o percebe pelo tremor interno, fruto da captação do que se manifesta no interno e que por sua vez, se revela como idealidade.

Não obstante, ressaltamos que a afecção salientada em Aristóteles passa a caracterizar-se em um possível aspecto do sujeito que se afeta a si mesmo em virtude de seu “ouvir-se falar”. Aqui não estaríamos sendo ousados apontando para o fonocentrismo, ou seja, onde a presença ou o sentido acaba por se emaranhar em uma associação em que voz e idealidade ganham possíveis sentidos em aparências de unidade. Eis, portanto as duas faces da metafísica que propomos colocar em analogia a figura ambígua de Jano. “Ora, a palavra (Vox) já é uma unidade do sentido e do som, do conceito e da voz, ou, para falar mais rigorosamente a linguagem saussuriana, do significado e do significante.” (DERRIDA, 2008, p.38).  Portanto a dualidade corpo e alma, sobre o prisma das duas faces de Jano, já se mostram presente desde o “dentro do dentro” que coloca o ideal no sensível da fala, sendo a palavra unidade do sentido e do som. 

1.2.  O fonocentrismo em sua característica de escritura fonética.


Objetivando como prioridade, certo cuidado de não nos perdermos, faz-se necessário identificarmos nosso caminho retomando certos pontos importantes. Nosso raciocínio perpassa pela dualidade distribuída entre a fala e a escrita. Procuramos uma relação possível entre um e outro o que nos levou a outras dualidades que personalizamos na figura mitológica de Jano e suas duas faces.

 Apresentamos a metafísica em suas duas possibilidades, a saber: logocentrismo e fonocentrismo. O que temos até aqui enfatizado é primeiramente, o logocentrismo, que seguindo Derrida desembocou numa - nova dualidade, ou seja, sentido/ logos e voz -, alma e ser. A voz que se confunde com a idealidade e que se produz em um dentro. Se há um logos como racionalidade que surge de um centro, o que temos senão um logocentrismo?  Por outro lado, uma voz ou fala que se confunde com este logos que se origina em um centro, não seria senão aquilo que foi denominado por fonocentrismo? Até aqui, segundo Derrida, diríamos que sim.

Porém, esta voz ou fala que capta o sentido é um significante do sentido em que procura misturar-se e por sua vez produzir-se em sua imagem fonética ou aquilo que foi denominado por escritura fonética. (DERRIDA, 2008, p.28). Aproximemo-nos mais disto e o que poderíamos ver seria, analogamente a figura de Jano, isto é, a voz ou fala entre um sentido/idealidade e uma imagem fonética. Com efeito, a voz em suas duas possíveis faces onde uma aponta para o centro, a verdade, o dentro e a outra para a exterioridade sonora, sensível, ou seja, a imagem fonética.

Cabe aqui uma advertência que nos obriga a perguntar sem nos apressar demasiadamente com respostas, ou seja, seria a imagem fonética uma escritura fonética e se assim é, onde e quando tem início? Perguntas estas que se multiplicam logo no início do terceiro capítulo do livro Gramatologia sob o título Da Gramatologia como Ciência Positiva:

Sob a condição de saber o que é a escritura e como se regula a plurivocidade deste conceito. Onde começa a escritura? Quando começa a escritura? Onde e quando o rastro, escritura em geral, raiz comum da fala e da escritura, se comprime como “escritura” no sentido corrente? Onde e quando se passa de uma escritura em sentido estrito, do rastro à grafia, depois, de um sistema gráfico a outro, e, de um código gráfico a outro, e, no campo de um código gráfico, de um discurso gráfico a outro, etc.? (DERRIDA, 2008, p.91).

Porém, retornemos a advertência referida anteriormente. A nossa questão continua suspensa ou nos levando a outras questões, isto é, existiria uma relação possível entre fala e escrita e passível de apreensão ao entendimento? Aqui chegamos à condição que nos leva a novos questionamentos.

Consideremos dois pontos, a saber: primeiro, a questão ou toda questão que nos conduza a origem, também nos conduzirá a uma metafísica da presença, o que posteriormente iremos observar com o que Derrida propõe como Desconstrução. Segundo, provisoriamente podemos, sob o risco de parecermos simplistas por demais, propor que entre a fala e a escrita estaria “o signo como palavra”.

O signo enquanto palavra e o que a estrutura como tal e sua própria condição de elaboração é o que inevitavelmente, desemboca em outro pólo que propomos inicialmente, a escrita. O caminho do signo enquanto próximo a idealidade rumo à escrita alfabética, como vimos, passa por questionamentos sobre sua dualidade implícita nas duas faces de Jano, utilizando-se da alegoria proposta anteriormente.

A escrita fonética será proposta como subordinada a condição de signo sujeito ao que Derrida designa por jogo e outras denominações como diferença, rastro e inversão/deslocamento entre outras que não nos cabe enfocar neste trabalho, tendo em vista a limitação imposta quanto à extensão do trabalho.

1.3. A fala e sua relação palavra/signo, enquanto elaboração.




Portanto o que nos cabe por ora é o recurso de nos reportar à obra intitulada A Voz e o Fenômeno com a finalidade de dar conta desta relação proposta.  A obra em questão está diretamente relacionada à outra obra do filósofo Husserl, A Origem da Geometria, cujo prefácio Derrida escreve.

A proporção entre a origem da geometria e a origem da linguagem é o que é apontado como fator de justaposição e que pode ser expresso em uma relação de signo e objeto geométrico. Seria oportuno em um primeiro momento, considerarmos uma breve reflexão acerca de uma noção de signo. A principio o signo seria um desvio como o diz o filósofo inglês Bennington em seu livro Jacques Derrida (1996, p.26), pois, segundo o mesmo: “Derrida começa por um desvio, pelo signo, ou melhor, por demorar-se na questão do signo, do signo como signo.” (HADDOCK-LOBO, 2008, p.57).

A propósito o que nos resta a partir daqui seria nos localizar dentro deste espaço possível do signo enquanto tal, o que possibilitaria talvez a experiência de uma melhor aproximação disto, ou seja, o signo em si. Como poderíamos pensar o signo senão na condição de um “entre” duas ou mais possibilidades. Vale lembrar que entre o sentido e a voz, o que temos até aqui seria uma afecção ou estado de alma afetado por um fenômeno. Há uma lacuna que se caracteriza por esta passagem do sentido a voz que poderíamos preenchê-lo com o signo, que por sua vez será sempre “signo de”, isto é, sempre representando uma ausência de algo que representa.

No entendimento do logos, o signo é sempre “signo de”, ou seja, ele “representa” a coisa em sua ausência, “toma seu lugar”, e só é compreendido em relação à prioridade de que ele é signo de, ou seja, desta falta. Ou seja, “significa” que o signo não significa que não há signo nem a coisa significada, sendo que nesta fenda que Derrida aponta a “desconstrução do signo”. De início, o que não parece muito controverso, “o signo deve tomar o lugar da coisa na ausência desta, representá-la de longe, suficientemente separado dela para ser seu delegado, mas ainda suficientemente ligado a ela para ser seu signo, para só remeter, em principio a ela”. (Bennington, 1996, p.26).

A palavra e a sua condição de elaboração são, sob esta perspectiva, o signo enquanto “signo de”, ou seja, a condição da ausência ou segundo Derrida, uma fenda que se caracteriza por uma ruptura que permanece como possibilidade. Destarte, estaríamos prontos a compreender o desvio sugerido por Bennington, ou seja, não há um ponto de exatidão com característica de fixidez a ser atingido quanto a qualquer conceito como alvo a ser desvendado. Porém, possibilidades que se abrem por dicotomias causando o desvio do que se propaga como indecidibilidade (outro referencial caro a Derrida, e, que por ora, não pretendemos nos adentrar).

Mas o que, então, seria esta “coisa” à qual o signo “significaria”? Seguindo a terminologia saussuriana, esta “coisa” seria o “referente” ou o “significado” (“sentido”) e, assim, o signo remeteria ao “conceito” (o “sentido”), que remete ao “mundo”, à “realidade”. (Haddock-Lobo, 2008,57)

Portanto o signo remete ao conceito ou o sentido e, se configura a partir de uma ausência do que representa, ou ainda uma espécie de unidade entre significante e significado. O que o torna necessário é o que se mantém ausente, ou seja, a coisa ou o sentido.

Com efeito, o raciocínio proposto por Derrida torna-se um labirinto onde a inscrição do signo é proposta a partir de situações que nos escapam como é expressa por meio do capítulo “A Palavra Soprada” (Escritura e Diferença): A erosão “essencial” e “fugaz”, “ao mesmo tempo essencial e fugaz” é produzida por “algo furtivo que me tira as palavras que encontrei”. (DERRIDA, 2007, p.260).

Observa-se quanto ao signo que, pela própria maneira proposta, busca um deslocamento que consiste primeiramente em um alojar-se por dentro do que se propõe ou se submete a um dado raciocínio. O signo, portanto, é um médium que articula a possibilidade entre a idealidade e a exterioridade.

 Sugerimos uma aproximação deste contexto em que Derrida insistirá na possibilidade de se enxergar uma tensão entre ausência e presença no cerne da própria idealidade.  Segundo Husserl, os signos (a partir daqui) são carregados de Bedeutung, ou seja, em outras palavras as expressões são signos que “querem-dizer”. Portanto temos o signo como função, ou seja, atando feixes de razões naquilo que é denominado como unidade profunda. (DERRIDA, 1994, p.40).

Husserl aponta por este “querer dizer” que é, portanto, uma intencionalidade a qual pressupõe uma característica de pureza, que ele denomina como epoché, uma suspensão de possibilidades de conceituações diante de um fenômeno.

Assim sendo, diante de algo, um sentido se manifesta internamente e através do signo, que por sua vez se refere a uma exterioridade, passa a voz como significado apreendido de uma idealidade e ainda que por sua vez, está separada da exterioridade. Ora, o que Derrida coloca em questão é que esta idealidade utiliza-se de um referencial externo para se fazer em comunhão com o sentido significado ou signo. Conclui-se a partir daqui que, o que está fora, estava dentro, ou seja, o “querer dizer” que move aquilo que Husserl denomina de intencionalidade é entendido a partir de Derrida como um solilóquio.

A ex-pressão é exteriorização. Ela imprime em um certo exterior um sentido que se encontra inicialmente em um certo dentro. Sugerimos anteriormente que esse fora e esse dentro eram absolutamente originais: o fora não é nem a natureza, nem o mundo, nem uma exterioridade real em relação à consciência. Este é o momento de precisar. O “Bedeuten”  visa um fora que é o ob-jeto (sic.) ideal. Esse fora é então ex-presso, passa fora de si em um outro fora que está sempre “na” consciência: o discurso expressivo, como veremos, não tem necessidade enquanto tal e em sua essência, de ser efetivamente proferido no mundo. A expressão como signo querendo dizer é, pois, uma dupla saída fora de si do sentido em si, na consciência, no con-sigo ou no junto-a-si. (DERRIDA, 1994, p. 40).

O que podemos concluir provisoriamente é que entre a voz e o sentido, há um “espaçamento” onde se faz necessário uma articulação que vem deste fora, que é o objeto ideal na condição de um signo em suas duas vertentes, índice e expressão.  O querer dizer é o fruto de uma conexão com um fora interiorizado que em um segundo momento é exteriorizado por meio da articulação, permeado por uma fenda onde Derrida propõe a noção ampliada de escritura, como Julian Wolfreys destaca em sua obra Compreender Derrida:

A condição desta noção ampliada de escritura-como suplementar influencia qualquer articulação falada, mesmo no momento de ouvir-a-si-próprio falar. Embora pequena fenda, temporal ou espacialmente, existe uma desunião – entre pensamento e som, entre articulação e compreensão. Uma brecha que está em funcionamento, tornando possível a articulação e, portanto, a transmissão e comunicação. Não pode existir absolutamente momento presente algum, nem uma presença indiferenciada na ocorrência da fala. A fala, portanto, já terá sido contaminada e determinada pela escritura em seu sentido ampliado. (Wofreys, 2007, p.101).

Portanto, acreditamos que atingimos nosso objetivo de explicitar o que propomos. Iniciamos pela relação entre fala e escrita e focamos neste início a fala enquanto proximidade daquilo que a constitui como tal. Passamos pelo signo como mediador entre significado e significante e procuramos nos ater a relação entre idealidade e voz e chegamos a um aspecto da palavra elaborada.

Referências




BENNIGTON, Geofrey. Jacques Derrida.Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia: (a idade da fábula): história de deuses e heróis.   Trad. David Jardim Júnior.  Rio de Janeiro: Publicação S/A, 2002.

DERRIDA.  A Voz e o Fenômeno. Trad. Lucy Magalhães.  Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

________, Escritura e a Diferença. Trad.: Maria Beatriz Marques Nizza da Silva. São Paulo: Perspectiva, 2007.

________, Gramatologia. Trad. Renato Janine Ribeiro e Miriam  Chnaiderman. São Paulo: Perspectiva, 2008.

HADDOCK-LOBO, Rafael. Derrida e o Labirinto das Inscrições. Porto Alegre-RS: Zouk, 2008.

OLIVEIRA, Manfredo A. de. Reviravolta Lingüística Pragmática na Filosofia Contemporânea. São Paulo: Loyola, 2006.

WOLFREYS, Julian. Compreender Derrida. Trad. de Caesar Souza.Rio de Janeiro: Vozes, 2007.